domingo, 12 de fevereiro de 2023

MINHA MONOGRAFIA LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA - 2019

 

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS JUSSARA

LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

 

 

SAMUEL LUIZ SOARES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JUSSARA – GO

2019

Samuel Luiz Soares

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

 

Monografia apresentada para cumprir a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC – do Curso de Licenciatura Plena em Matemática da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Jussara, sob orientação do Professor Me. Ricardo Elias Jreige.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JUSSARA – GO

2019

 

SAMUEL LUIZ SOARES

 

 

 

LINGUAGEM MATEMÁTICA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

 

 

 

Monografia aprovada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Matemática na Universidade Estadual de Goiás – UEG, pela Banca Examinadora:

 

 

________________________________________________________

Orientador: Me. Ricardo Elias Jreige

 

 

_______________________________________________________

Examinador: Me. Deusaguimar Divino da Silva

 

 

_______________________________________________________

Examinador: Me. Helias Assunção Freitas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JUSSARA, 23 DE OUTUBRO DE 2019

 

Quero dedicar esse trabalho aos meus pais Eustáquio Luiz Ferreira e Almira Luiz Soares, que nunca deixou de me ajudar, tanto financeiramente quanto me dando apoio com palavras de incentivo. Em épocas difíceis chegaram a vender cocos para ajudar no pagamento do transporte. Dedico com todo meu carinho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradeço ao Senhor Jesus Cristo pela sua bondade e misericórdia na minha vida. À família toda, principalmente meus oito irmãos, cunhados e sobrinhos que sempre me deu forças. Aos professores que foram amigos ao longo desses anos que permaneci estudando.

Com muito amor e carinho agradeço a minha mui digna esposa Cássia Régia Silva Soares, que amo, e fora companheira, incentivadora em todos os momentos para que eu terminasse a Faculdade. Também os meus dois filhos, Pedro Lucas Luiz Ferreira Soares Camelo Gonçalves Vieira, 12 anos e Ana Bela Ferreira Soares Camelo Gonsalves Vieira. Grato a todos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RESUMO

 

O trabalho realizado partiu da busca por respostas quando o assunto se tornara resolução de problemas. A pesquisa consiste em caráter qualitativo bibliográfico e compete alinhar o objetivo de conhecer a linguagem matemática e sua importância na formação do conteúdo matemático para a resolução de problemas, tornou-se aceitável pesquisar o método heurístico de Polya, afim de encontrar melhor esclarecimento quanto à prática de resolução de situações encontradas no dia a dia dos ambientes escolares e da vida particular das pessoas. A partir da realidade que se vê nos estudantes de matemática tanto no colégio quanto na universidade, o texto apresenta uma das maneiras que podem ser utilizadas para resolver problemas. Assim, a ideia fora desenvolvida através das páginas desse texto com a finalidade de mostrar os métodos de resolução de problemas através de suas etapas: compreensão, elaboração de um plano de resolução, execução do plano e retrospectiva. A pesquisa foi realizada no ambiente de estudos matemáticos, em que os estudantes sempre encontram certa dificuldade na resolução de problemas. Foi mostrado alguns tipos de problemas e como eles são entendidos pelos alunos, dessa maneira cada problema a ser resolvido é visto como que tendo certo grau de dificuldade, mas a contribuição adquirida na resolução, torna produtora do aprendizado do conteúdo matemático  e habilita o aluno para a prática efetiva de melhor participação nas aulas de matemática. É notado que a pesquisa desenvolvida sobre a linguagem matemática na resolução de problemas culminou na observação de como organizar as ideias diante de um problema proposto, assim sua contribuição é satisfatória melhorando a interpretação, tradução e compreensão de um problema.

 

PALAVRAS-CHAVE: Linguagem. Problema. Compreensão. Resolução.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.. 8

CAPÍTULO 1 UMA ANÁLISE ACERCA DA LINGUAGEM MATEMÁTICA.. 10

1.1 A linguagem matemática no dia a dia. 11

1.2 Um exemplo de linguagem matemática com álgebra. 14

1.3 Em busca da solução do problema. 15

1.4 Os tipos de problemas. 17

1.4.1 Exercícios de reconhecimento. 17

1.4.2 Exercícios de Algoritmos. 18

1.4.3 Problemas de Aplicação. 18

CAPÍTULO 2 COMO RESOLVER PROBLEMAS. 23

2.1 Etapas para a Resolução de Problemas. 26

2.1.1 Primeira etapa: Compreensão do problema. 26

2.1.2 Estabelecimento de um plano. 29

2.1.3 Execução do Plano. 30

2.1.4 Retrospecto. 33

CAPÍTULO 3 CONTRIBUIÇÕES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS. 35

3.1 Fazer o aluno pensar produtivamente. 36

3.2 Desenvolver o raciocínio do aluno. 37

3.3 Ensinar o aluno a enfrentar situações novas. 38

3.4 Dar ao aluno a oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática. 38

3.5 Tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras. 40

3.6 Equipar o aluno com estratégias para resolver problemas. 42

3.7 Dar uma boa base matemática às pessoas. 43

CONSIDERAÇÕES FINAIS. 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 49

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

A partir da realidade que existe dentro das salas de aulas de Matemática, vivenciadas ao longo dos nossos estudos e também dos relatos contidos em artigos e fóruns da mesma, nota-se a importância de considerar a Resolução de Problemas como ferramenta para aprimorar o estudo matemático, a fim de alcançar a aprendizagem dos alunos nesta disciplina.

Neste olhar analítico, cabe trazer para mais perto da prática, algum método que auxilie nas resoluções de situações que exijam raciocínio e conhecimentos matemáticos. A base da nossa descrição além de envolver a pesquisa em trabalhos específicos que tratam da linguagem matemática na resolução de problemas, também particulariza a obra de George Polya (2006), pois nela está a composição exposta de seu método, que divide de forma didática em compreender, planejar, executar e verificar, a fim de que sob a confiança, paciência e habilidade culminem na resolução de problemas.

A pesquisa possui caráter qualitativo, de natureza bibliográfica. No texto a busca pela análise e aplicação das ideias dos autores não foge da necessidade de falar sobre a linguagem matemática no âmbito da educação escolar, nas disciplinas de Matemática, desde as séries iniciais. Cada ideia pedagógica que compõe a história da Educação no Brasil, como a nova escola, que recebe também o novo professor, tem a missão de ensinar matemática através da presença insubstituível do professor porque este é mediador entre o conhecimento e o aluno.

A lógica é tida como desafiadora, quando o assunto é falado nas mesas de conversas abertas por populares e por rodinhas de amigos. As brincadeiras, perguntas curiosas e desafios do tipo quebra-cabeças montam a longa redação de temas escolares que vagam pelo cotidiano de todos. Como exemplo de perguntas em desafios na roda de mesa, está citada a do tijolo, no qual se pergunta: “Um tijolo pesa  mais meio tijolo.  Quanto pesa o tijolo?” Esse tipo de situação, como os quebra-cabeças também fazem parte desse avolumado da lógica matemática.

Dessa maneira, o objetivo do trabalho de pesquisa é mostrar que independente da escolha de um tipo de problema, o conhecimento matemático se faz necessário e, também, utilizar o método heurístico de Polya (2006) na resolução destes problemas. Uma pessoa normal, que não tenha comprometimento intelectual, não é completa longe da matemática, pois ela está em toda parte.

Para a realização de qualquer tarefa sempre haverá a necessidade de utilizá-la. Assim, podemos observar o contexto dessa pesquisa, que é aplicar o conhecimento matemático nas situações do dia a dia. A transição de negócios, as transformações da sociedade o cotidiano das pessoas cada vez mais dependente do uso da Matemática se faz absolutamente necessário relatar esse trabalho de cada ser social com a matemática e seus conhecimentos. Logo, a resolução de problemas pelo método de Polya será considerada, com muita emergência, quando o assunto for resolver situações, cuja linguagem matemática tratar da exigência do conhecimento matemático.

Assim sendo, a formação do texto dessa pesquisa, insere uma breve análise da linguagem matemática na resolução de problemas. Esta submete aos Parâmetros Curriculares Nacionais, como relacionadas na prática do ensino matemático. A resolução de problemas, através do Método de Polya, em que apresentaremos as quatro divisões elencadas por ele, e fazendo apontamentos em cada uma delas é uma busca de como utilizar o conhecimento matemático na solução das mesmas.

 No entanto, o porquê aprender matemática sempre é tido como costume no convívio doméstico, e na escola sua importância é bastante discutida em reuniões da coordenação com educadores e ao receber pais de alunos na unidade escolar. Faz parte desse texto a discursiva sobre as contribuições da resolução de problemas, que pode ser percebida no viver diário de cada indivíduo que lida com o estudo matemático, tais como: engenheiros, médicos, comerciantes e pessoas que executam qualquer tarefa em casa. É salutar a condição de resolver um problema para adquirir benefícios que lhe farão intelectualmente capaz de raciocinar e sobressair na competição tão real do dia a dia.

Finalmente, resolver problemas é uma arte, nas palavras de Polya (2006). E a nossa busca tem como objetivo a compreensão da linguagem moderna, mas com enfoque na linguagem matemática. Esta é encontrada nos textos matemáticos que deve ser traduzida e interpretada pelo estudante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 1 UMA ANÁLISE ACERCA DA LINGUAGEM MATEMÁTICA

 

A Matemática possui diversos temas que podem ser contextualizados com o cotidiano das pessoas. Assim, encontrar uma situação problema nesse universo científico é de extrema facilidade, no entanto, apenas conhecimento do conteúdo da situação não levará à resolução.  É importante o conhecimento matemático. Qual passo utilizará para compreender o problema e como utilizará esses passos de maneira adequada para alcançar as soluções?

Nós podemos encontrar tipos de perguntas como essas, feitas por qualquer estudante ou qualquer pessoa. Dessa maneira, o procedimento depende da orientação que o estudante recebeu. A linguagem adquirida no início da nossa existência está condicionada às fases do desenvolvimento humano e a cada dia aprendemos comunicar com as pessoas.

 

A atividade linguística da criança é central em todo o processo e leva progressivamente à incorporação consciente das regras de funcionamento do sistema linguístico. [...] o desenvolvimento da linguagem na criança se faz pela utilização do código para realizar as funções de linguagem que são importantes e significativas para ela. (BAGNO[1], 2002, p.187).

 

Diante desta citação, a linguagem é importante para a aprendizagem, seja em qualquer área do conhecimento. Na Matemática existe uma linguagem que deve ser entendida e usada, pois ela é fundamental nos estudos, principalmente nas resoluções de problemas.

No campo da Educação Escolar encontramos a necessidade de utilizar métodos que auxiliem na aprendizagem dos alunos. Os alunos recebem informações do professor e para que eles as processem é necessário que façam exercícios para memorizá-los.

 O professor é mediador entre o conhecimento e o aluno. Embora, os educandos já conheçam como fazer as operações, será necessário o conhecimento da linguagem matemática, assim, no caso da resolução de problemas que não é uma tarefa fácil porque exige conhecimento matemático para absorver as informações que estão contidas na situação e organizar os dados do problema.

Uma aula desenvolvida através de metodologia adequada e formada por objetivos concretos será produtiva se houver participação dos aprendizes. Mesmo que essa aula foi bem elaborada não significa que seu objetivo seja alcançado. É comum nas escolas, alunos relatarem que não entenderam nada no final de uma aula de Matemática. O professor ministrou a aula com eficiência, mas algo ficou impedindo a comunicação. As barreiras que impedem a comunicação podem estar presentes numa sala de aula através do barulho ou de qualquer outra coisa que promova a descontração dos alunos. O docente gasta certo tempo da aula em suas explicações, mas consome parte deste tempo chamando a atenção dos seus alunos.

Então, as explicações estavam de acordo com a metodologia de ensino e prender a atenção dos alunos é um objeto muito importante no planejamento do professor. Assim, prender a atenção do aluno é um objetivo que deve ser utilizado no momento da aula e mudado de acordo com a situação vivida pelos alunos, à realidade deles fora da escola, como usar exemplos de atividades do seu dia a dia.

A utilização das quatro operações ainda é elemento discutido nas reuniões de professores de matemática. Trabalhando em sala de aula com Matemática, percebemos que os alunos sentem dificuldade em operar com propriedades da adição, multiplicação, subtração e divisão. Ainda continua após cada explicação de conteúdo a mesma frase dos alunos com dificuldades: “eu não entendi nada”.

Nesse trabalho de pesquisa interessamos encontrar as experiências na resolução de problemas, que é uma tarefa constante em qualquer nível escolar e no dia a dia de qualquer pessoa na rua. A importância de saber resolver um problema recai sobre a condição do pensar lógico, contudo, inclui nessa condição o conhecimento da linguagem matemática presente nos exercícios ou situações problemas.

 

1.1 A linguagem matemática no dia a dia

 

A Matemática sempre esteve presente nas sociedades ao longo da existência humana, ainda que na antiguidade não houvesse um conhecimento matemático que temos hoje, no entanto, quando o homem passou a desenvolver habilidades mercantis, foi necessário utilizar cálculos em diversas situações, como no trabalho, na escola, no convívio doméstico para resolver algum tipo de problema. As situações do cotidiano podem ser compreendidas ou contadas no meio social e vista no universo cultural que ela está inserida. Mas, existem situações que precisam ser acompanhadas de maneira analítica, adquirindo a compreensão através dos elementos que auxiliam na aprendizagem em matemática.

Os problemas podem ser fáceis ou difíceis de encontrar as soluções e, quando dizemos assim, estamos falando do grau de dificuldade, no entanto, eles poderão ser entendidos e solucionados utilizando a linguagem adequada.

O cotidiano de uma pessoa é cheio de situações que envolvem matemática, como a ida às compras num supermercado, num shopping, numa loja de materiais para construção, no banco. Segundo Dante[2] (2007, p.15):

 

Mais do que nunca precisamos de pessoas ativas participantes, que deverão tomar decisões rápidas e, tanto quanto possível, precisas. Assim, é necessário formar cidadãos matematicamente alfabetizados, que saibam como resolver, de modo inteligente, seus problemas de comércio, economia, administração, engenharia, medicina, previsão do tempo e outros da vida diária. E, para isso, é preciso que a criança tenha, em seu currículo de Matemática elementar, a resolução de problemas como parte substancial, para que desenvolva desde cedo sua capacidade de enfrentar situações-problemas.

 

A linguagem matemática possui características geométricas, algébricas, aritméticas, e nessas temáticas encontramos diversos tipos de problemas. A importância do conhecimento prático, das indagações e da lógica, faz parte da construção do pensamento diante de qualquer problema proposto. Sobre a generalidade do caso especificado, Polya[3] (2006, p.2) afirma que “O nosso problema pode ser algébrico ou geométrico, matemático ou não, um problema científico importante ou um mero enigma. Não há diferença, as indagações fazem sentido e podem auxiliar-nos a resolver o problema”.

É elementar utilizar a linguagem matemática em assuntos que envolvem fatos de natureza exata, pois o entendimento parte da comunicação realizada, e nesse caso usar a mesma linguagem resultaria na compreensão do texto. Entender um problema depende do conhecimento matemático, vemos o mesmo como acontece na vida de uma criança, ela saberá falar as primeiras palavras imediatamente após ter conhecimento dos objetos e coisas ao seu redor. A criança liga as palavras ao objeto.

 

[...] essa via genética, consequentemente a única possível do ponto de vista científico, para a explicação de como surgem, no processo de desenvolvimento, a intenção, a inteligibilidade da linguagem, e como “a orientação para um determinado sentido” surge da orientação do sinal referencial (do gesto, da primeira palavra) voltado para o objeto, em suma, da orientação afetiva centrada no objeto. (VYGOTSKY[4], 2001, p.106-107).

 

Tratando da língua no contexto da aprendizagem, poderemos notar a importância da língua materna. A linguagem das crianças se desenvolve a partir de vários fatores, como cita alguns mais importantes.

 

O desenvolvimento da linguagem nas crianças de idade pré-escolar não repousa de modo nenhum na compreensão ou na memorização de regras morfológicas ou morfossintáticas explícitas. As pesquisas sobre esta questão indicam que certo número de fatores concorre para este desenvolvimento. Aqui estão alguns dos mais importantes:

- Presença da linguagem no meio ambiente;

- Estímulo e reforço por parte dos adultos;

- Atividades linguísticas numerosas da parte da criança;

- Atividades linguísticas motivadas por necessidades e funções autênticas da criança. (BAGNO, 2002, p.186-187).

 

  Assim sendo, a utilização da língua na comunicação para o estudante e conhecer os signos da linguagem matemática trarão maior confiança diante de um desafio matemático. Referimos à linguagem, tendo em vista a informação do universo operacional dentro da Matemática, que configurados leva à aprendizagem. O conhecimento que o aluno tem de uma situação problema são adquiridos através das explicações do professor, a aprendizagem acontece quando o aluno recebe o ensino e pratica.

 

Há dois objetivos que o professor pode ter em vista ao dirigir a seus alunos uma indagação ou uma sugestão da lista: primeiro, auxiliá-lo a resolver o problema que lhe é apresentado; segundo, desenvolver no estudante a capacidade de resolver futuros problemas por si próprio. (POLYA, 2006, p.3).

 

Conhecendo a linguagem matemática e aplicando a resolução do problema, o estudo será produtivo e chegaremos à solução do problema. Atividades propostas em salas de aulas sejam as do livro didático ou de outras fontes tem objetivos pedagógicos, pois foi elaborada com os conteúdos estudados. Uma situação envolvendo conceitos algébricos tem certo grau de dificuldade, assim como qualquer outra atividade. Qualquer conteúdo matemático tem seu grau de dificuldade, não sendo possível desprezar nenhum deles. A linguagem moderna é usada nas aulas de matemática, sendo assim, os alunos aprenderão fazer uso dela enquanto estudam. Embora, algum dos alunos não saiba identificar qual tipo de linguagem está presente no texto, mas na prática poderá ir conhecendo e até fazer uso dela.

 

1.2 Um exemplo de linguagem matemática com álgebra

 

Vejamos uma situação-problema em que queremos analisar a linguagem matemática:  Num estacionamento há 26 veículos entre carros e motos. Sabendo que o número de rodas montadas sob os carros e motos é 92, quantos são carros e quantos são motos?

Vamos olhar para o problema e, contudo, utilizar algum método para sua resolução. Podemos interessar somente pela identificação da linguagem matemática que encontramos no texto. De acordo com Bianconi[5] (2002, p.1), “Em matemática, todas as palavras têm um sentido preciso. Por isso, faz-se necessário que conheçamos seus significados”.

O texto matemático possui ideias lógicas, nele estão inseridas informações, cuja linguagem muitas vezes não pode ser identificada na primeira leitura. Temos hábitos de olhar um texto e fazer uma primeira leitura com a velocidade rápida, principalmente quando o tempo está “apertado”. No entanto, para compreender a comunicação que é transmitida a nós, devemos traduzir a ideia e interpretá-la através da coleta dos dados e análise das informações descritas.

Uma segunda leitura tornará mais clara à informação contida no texto. Mas os dizeres lógicos, números que expressam a profundidade da situação problematizada e palavras, cujos sinônimos são diversos, induz o estudante aos famosos “chutes” e às predileções que juntas, trazem confusão na mente. Além dessas questões que são epistemológicas, surge a necessidade da terceira leitura, que será realizada e obterá os seguintes resultados. Primeiro, entenderá o problema de maneira lógica, mas para que isso aconteça o estudante fora orientado anteriormente e absorveu as explicações do professor logo, conclui que o estudante compreendeu o texto e soube interpretar as informações. Mas não foi capaz de conhecer a linguagem matemática e utilizá-la adequadamente.

Em segundo momento, o estudante terminará a leitura do texto e essa lhe tornará mais distante da compreensão. Este não será capaz de ver nenhuma informação, assim desistirá ou optará por criar qualquer solução para o problema, o que será impróprio e errado. Costumeiramente acontece dessa maneira com o leitor como foi relatado anteriormente, mas extrair a informação do texto necessita, junto à leitura, o conhecimento do assunto que possibilitará a interpretação da forma correta.

A linguagem algébrica quando compreendida dá significado e propicia mais clareza ao problema. Quando usar essa linguagem? Depende da natureza da situação. No espaço escolar em que o aluno está diretamente relacionado com a Matemática, esse tipo de linguagem deve ser aprendido. Desde os anos iniciais escolares, podemos observar que os alunos participam de exposições de conteúdos matemáticos.

Diante disso, os professores são profissionais da educação, cuja formação acontece continuamente e isso contribui para melhorar a aprendizagem. No entanto, a realidade de cada aluno nesse aprender matemática é particular, pois nem todos tem habilidade quando o assunto é o pensar lógico.

A importância da linguagem matemática utilizada na resolução do problema está na interpretação da situação e a tradução em dados que potencializa a conclusão do trabalho. Segundo Polya (2006, p.151), “o problema pode ter várias incógnitas, ou a condicionante pode ter diversas partes que devam ser consideradas separadamente, ou pode ser conveniente considerar algum dado isolado”.

Nessa construção para a resolução, é fundamental trabalhar com as incógnitas ou variáveis identificadas na situação, associando aos dados coletados. Logo, tendo os dados separados e cientes das incógnitas, poderá relaciona-los e assim descobrir os valores de cada símbolo representado, ao mesmo tempo ver o resultado de acordo com a elaboração da situação para cada incógnita que representa cada substantivo do problema em questão. Assim concluímos com os dizeres de Polya (2006, p.151), “por isso podemos usar diversas variantes das nossas indagações, tais como: Quais são as incógnitas? Qual é o primeiro dado? Qual é o segundo dado?”.

 

1.3 Em busca da solução do problema

 

Para encontrar a solução do problema, passaremos por um caminho que não é longo, mas às suas margens encontraremos amontoados de informações as quais são para confundir o nosso andar. No entanto, esse trajeto é bem sinalizado, cujos códigos, permitirão que permaneçamos na estrada e que avancemos em direção ao alvo. O saber está ligado intimamente ao aprender, pois ninguém saberá algo sem antes aprender primeiro. Nesse ambiente da aprendizagem, o aluno obterá êxito nos estudos matemáticos. Como acima fora afirmado que o professor é mediador entre o conhecimento e o educando, a ligação tripla, aluno/professor/conhecimento, serão os agentes caminhantes na busca da solução do problema.

Nesse trabalho, falando sobre a linguagem matemática, não deixaremos de apresentar passos que são essenciais na resolução de problemas, no entanto, queremos ater inicialmente falando da suma em questões matemáticas, que é a linguagem utilizada nos exercícios, problemas, definições, proposições, lemas contidos no universo da Matemática.

O estudante diante de uma situação problema fará a análise das informações tendo o foco na solução. Após encontrar a solução, todo êxito será acompanhado através da retrospectiva, assim, tirar a prova real para confirmar que o encontrado satisfaz o que fora solicitado. No espaço escolar, na disciplina de Matemática, em que os alunos são direcionados para atividades em salas de aulas, tarefas de casa e outros trabalhos, eles são acompanhados pelo professor titular, pelos pais ou responsáveis. Essa jornada estudantil é sujeita às condições fora da escola, enfrentadas pelos alunos. Como é sua vida na sociedade? Que tipo de família ele tem? E os outros aspectos sociais que ele está inserido?

Partindo da fisiologia do problema e todas as ligações envolvidas nele, deparamos com a sua linguagem, o seu conteúdo e os passos elementares para sua resolução. Independente do grau de dificuldade da situação haverá uma linguagem que necessariamente deve ser entendida para que o trabalho de resolução suceda positivamente até encontrar a solução.

Vamos imaginar as atividades envolvendo problemas para alunos de 1ª série do Ensino Fundamental, nesse contexto, poderíamos pensar em uma situação, em que fosse bem próximo do convívio da criança, também uma situação que causasse maior interesse pelo contexto, como fatos em que eles próprios poderiam ser autores. A elaboração desse problema conteria informações de natureza lúdica, portanto a linguagem dele não é desprezada, pois será preciso o conhecimento aritmético para achar a sua solução.

Dessa maneira, vamos presenciar a linguagem matemática em qualquer nível de problema, tanto para as séries iniciais do Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio e Superior, ou seja, em qualquer situação envolvendo cálculos matemáticos, estaremos diante da linguagem matemática. Assim, somos levados a conhecer os vários tipos de problemas e um deles é o problema-padrão:

 

Sua resolução envolve a aplicação direta de um ou mais algoritmos anteriormente aprendidos e não exige qualquer estratégia. São os tradicionais problemas de final de capítulo nos livros didáticos. A solução do problema já está contida no próprio enunciado, e a tarefa básica é transformar a linguagem usual em linguagem matemática, identificando as operações ou algoritmos necessários para resolvê-lo. (DANTE, 2007, p.17).

 

Os vários tipos de problemas são seguidos por uma maneira particular de resolução para cada um, mas encontrar a solução desses problemas será a partir do conhecimento da linguagem básica transformando em linguagem matemática.

 

1.4 Os tipos de problemas

 

Sabendo da importância da linguagem matemática na resolução de problemas, seguiremos identificando alguns tipos de problemas que são elaborados no dia a dia das pessoas e nas aulas de Matemática das escolas do mundo todo. Segundo Dante (2007), há vários tipos de problemas, e ele define e exemplifica cada um deles para melhor informar o leitor.

Os tipos de problemas listados por este matemático são: Exercícios de reconhecimento, Exercícios de algoritmos, Problemas-padrão (simples e compostos), Problemas-processo ou heurísticos, Problemas de aplicação e Problemas de quebra-cabeça. É interessante analisar a linguagem matemática em alguns desses tipos de problemas citados, no entanto, o objetivo será conhecer a linguagem básica nos enunciados dos problemas e fazer a transformação para a linguagem matemática.

 

1.4.1 Exercícios de reconhecimento

 

Iniciaremos com um breve enfoque sobre esse tipo de problema, no entanto, usaremos exemplos do conhecimento comum dos alunos. Dante (2007, p.16), diz que o objetivo desse tipo de problema: “é fazer com que o aluno reconheça, identifique ou lembre um conceito, um fato específico, uma definição, uma propriedade etc.”. Exemplo de exercício de reconhecimento: “Que propriedade da adição de números naturais está sendo usada ao se escrever ?”.

Nesse tipo de exercício o aluno é levado a usar o conhecimento que adquiriu através das explicações do professor, e da prática de seus estudos em Matemática. Que linguagem o texto do exercício utiliza para informar o aluno? Embora, os alunos conheçam outras linguagens não será suficiente para compreender o exercício se não souber lidar com a linguagem matemática. Encontramos nesse exercício um modo de linguagem que requer o conhecimento aprendido em sala de aula.  Sempre será necessário o aluno conhecer a linguagem matemática no problema, pois, isso lhe ajudará na comunicação e compreensão do texto. O desafio tem objetivos que possam parecer difíceis, no entanto, eles esclarecem a forma como o trabalho deve ser realizado. As pessoas que resolvem algum tipo de desafio possuem conhecimento matemático e deve pelo menos saber usar o conhecimento lógico para que não desanime tão logo, por achar o desafio estranho e sem sentido.

 

1.4.2 Exercícios de Algoritmos

 

            Temos visto esses tipos de exercícios em nossa vida escolar, nas aulas de Matemática. É bastante trabalhado nas aulas por apresentar importância elementar e ocorre no primeiro contato que o aluno tem do conteúdo exposto pelo professor. O exemplo resolvido no quadro giz e feito passo a passo se identifica com esse tipo de exercício. Conforme Dante (2007, p. 16), exercícios de algoritmos “são aqueles que podem ser resolvidos passo a passo”.

Exemplo de exercício de algoritmo: Calcule o valor de . Aqui é importante saber a função dos elementos chaves, colchetes, parênteses e como utilizá-los, é fundamental saber a ordem de efetuar as operações com estes símbolos, dessa forma a linguagem do problema deve ser compreendida pelo aluno para que consiga utilizar as informações do exercício.

 

1.4.3 Problemas de Aplicação

           

            O dia a dia das pessoas está cheio de situações matemáticas. Podemos enumerar vários fatos que envolvem matemática. No entanto, a maioria das pessoas não observam como isso acontece, e nem por isso a vida se torna difícil, como ouvimos nos casos populares acerca da vida das pessoas. De acordo com Dante (2007, p.20), “problemas de aplicação são aqueles que retratam situações reais do dia a dia e que exigem o uso da Matemática para serem resolvidos. São também chamados de situações problema”.

            Notaremos um exemplo de situação problema: Vavá recebeu seu salário e pagou as contas de água, luz e telefone. Sabe-se que a conta de água era  do valor de seu salário, a de luz e do telefone juntas somavam . Vavá voltou pra casa com . Quanto é o salário de Vavá?

A situação exemplificada possui a linguagem matemática notada nos termos a serem encontrados para a solução. O conhecimento de álgebra será fundamental na resolução desse problema. Trata-se de uma situação do cotidiano, com uma linguagem comercial e enfoque cultural das pessoas na sociedade. Assim sendo, a linguagem matemática observada está explícita e apresenta o problema com dados identificados, possuindo valores numéricos e outros desconhecidos.

            Através da exemplificação das situações no contexto da linguagem e símbolos matemáticos, citados nesse texto, abre discussão para análise no campo das ideias de ensino e aprendizagem matemática. Entender como isso ocorre, é fundamental para a defesa de que não há conhecimento do contexto sem a compreensão da linguagem do texto. Os problemas de natureza lógica estão emersos no campo das situações do cotidiano das pessoas, no entanto, a necessidade de realizar a tradução desejável do texto continua presente até encontrar a solução.

            A linguagem matemática na resolução de problemas deve ser encontrada dentro do próprio enunciado da situação que, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998, p.75), reforça a necessidade de haver uma “valorização e uso da linguagem matemática para expressar-se com clareza, precisão e concisão”. Também encontramos na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017, p.298) a necessidade de se trabalhar esta linguagem no Ensino Fundamental – Anos finais, tais como: unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades, que “nessa fase, precisa ser destacada a importância da comunicação em linguagem matemática com o uso da linguagem simbólica, da representação e da argumentação”.

O conhecimento matemático deve prevalecer para que o desenvolvimento dessas atividades culmine de maneira satisfatória, entendendo a linguagem ali constante de forma a alcançar a solução para o problema. Um problema pode ser elaborado contendo retórica que alcance níveis intelectuais incomuns do convívio de uma sociedade local, mas possuirá denotação entendível para os estudantes e pesquisadores da área da Matemática.

 

Desse modo, o ensino de Álgebra precisa continuar garantindo que os alunos trabalhem com problemas, que lhes permitam dar significado à linguagem e às ideias matemáticas. Ao se proporem situações-problema bastante diversificadas, o aluno poderá reconhecer diferentes funções de Álgebra (ao resolver problemas difíceis do ponto de vista aritmético, ao modelizar, generalizar e demonstrar propriedades e fórmulas, estabelecer relações entre grandezas). (PCNs, 1998 p.84).

 

Segundo a BNCC (2017), ainda que a Matemática seja uma ciência hipotética e dedutiva, pois sua demonstração está posta sobre um sistema de axiomas e postulados, é fundamental a importância da experimentação através de algum método heurístico na aprendizagem.

 

Apesar de a Matemática ser, por excelência, uma ciência hipotético-dedutiva, porque suas demonstrações se apoiam sobre um sistema de axiomas e postulados, é de fundamental importância também considerar o papel heurístico das experimentações na aprendizagem da Matemática. (BNCC, 2017 p.265).

 

 

No currículo escolar, a leitura e a matemática fazem parte ilustre no eixo do ensino escolar. O foco é alcançar melhores resultados nessas áreas, e colaborar para a formação da juventude. Nesse contexto do ensino matemático nas escolas, podemos relatar aqui qual a preocupação do aluno quando não sabe resolver um problema.

 

Assim, é fundamental que os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação, sejam eles provas, trabalhos, registros das atitudes dos alunos, forneçam ao professor informações sobre as competências de cada aluno em resolver problemas, em utilizar a linguagem matemática adequadamente para comunicar suas ideias, em desenvolver raciocínios e análises e em integrar todos esses aspectos no seu conhecimento matemático. (PCNs, 1998 p.54, 55).

           

            Os alunos devem ter a capacidade de relacionar o mundo de situações que os rodeia e representa-lo através de tabelas, figuras e esquemas. Assim será muito confortável para o aluno, utilizar de recursos reais na resolução de problemas.

 

[…] precisa garantir que os alunos relacionem observações empíricas do mundo real a representações (tabelas, figuras e esquemas) e associem essas representações a uma atividade matemática (conceitos e propriedades), fazendo induções e conjecturas. Assim, espera-se que eles desenvolvam a capacidade de identificar oportunidades de utilização da matemática para resolver problemas, aplicando conceitos, procedimentos e resultados para obter soluções e interpretá-las segundo os contextos das situações. (BNCC, 2017, p.265).

 

Nas aulas de Matemática o professor auxilia o aluno a compreender o problema, e nem todos os educandos conhecem a linguagem matemática e como utilizar as ferramentas necessárias para a resolução de um problema. Mas, a maioria desses alunos possui deficiência na leitura. Não entende os enunciados ou não faz leitura do texto proposto. Dessa maneira, a falta de leitura funciona como o medidor do rendimento. Sem a leitura é impossível entender o que o texto diz. Sendo assim, ele não conseguirá interpretar a ideia do problema e nem saberá comunicar utilizando a linguagem matemática.

A dificuldade no uso da linguagem matemática, isto é, compreender os enunciados matemáticos é encontrada logo nos primeiros contatos que a criança tem com o ambiente escolar ou da educação doméstica que ela recebe. A aprendizagem da criança se desenvolve, mas restringe nas áreas matemáticas. As crianças tratarão a Matemática como algo difícil, o que diminui a confiança na compreensão da linguagem matemática.

Segundo Bagno (2002, p.194), “em sala de aula, a linguagem, além de ser um objeto e um objetivo de aprendizagem, constitui um meio privilegiado de aprendizagem”. Assim, podemos observar a linguagem matemática a partir da importância de poder resolver um problema, porque sem a compreensão do significado dos códigos linguísticos presentes na comunicação, tornam fragilizadas as ações para encontrar a solução. Verificar o enunciado da questão é um objetivo que relaciona com a informação do texto e aponta para caminhos certos no processo de resolução de problemas.

Fazendo a leitura do problema encontraremos informações que ele nos passa, será importante quando finalmente o leitor descobrir o que o problema está pedindo. A partir dessa leitura analítica, encontrará entradas para comunicar com o que o texto expõe. O aluno que utiliza a linguagem matemática entrará nesse diálogo partindo da língua normal. Assim, traduzir e interpretar o problema partirá do conhecimento da linguagem Matemática que ele possui.

Segundo Polya (2006, p.5), “primeiro que tudo, o enunciado verbal do problema precisa ficar bem entendido”. Essa deve ser a preocupação do aluno ou de qualquer pessoa que quiser resolver um problema, entender o enunciado. Mas, de acordo com ele, “o aluno precisa compreender o problema, mas não só isto: deve também desejar resolvê-lo”.

Tomando como exemplo nessa exposição, o enunciado do problema e o entendimento do aluno. De acordo com Polya (2006, p.5), “o problema deve ser bem escolhido, nem muito difícil nem muito fácil, natural e interessante”. Embora, as pessoas que tentam resolver um problema, mas não conseguem encontrar a solução, se acham embaraçados, a princípio, tentam encontrar o caminho através da lógica, por não compreender a linguagem matemática. A resolução de uma situação depende da familiaridade com a língua da composição desse problema, que é o ponto de contato nos passos que serão utilizados nessa resolução.

Vemos casos reais de acadêmicos de Cursos de Matemática em Licenciaturas, pronunciarem termos próprios da Matemática, faltando com a maneira correta de falar. Este fato não é falha do professor, pois nesse nível é frequente o uso de palavras e termos matemáticos ditos pelos professores. Ao longo da jornada de estudos, os alunos permanecem presos a uma linguagem normal, excluindo do seu vocabulário a linguagem matemática.

Temos exemplos de como a maioria dos alunos tratam a pronúncia desses termos: Há alguns que falam “um número ‘vezes’ outro” ao invés de “o produto de dois números”; “menos” ao invés de “diferença” ou “subtração”. Outros exemplos, como valores algébricos, incógnitas, variáveis, abscissas, ordenadas, módulo de um número, possui a forma correta, no entanto, os alunos falam costumeiramente sem notar a importância do tratamento da língua nas relações que envolvem matemática. Também expressões tais como, “cortar o número”, “passar pro outro lado da igualdade”, “tirar a raiz”, estão praticamente no cotidiano da fala dos alunos que estudam Matemática.

No próximo capítulo trataremos da resolução de problemas com ênfase na linguagem matemática, citando exemplos de algumas situações problemas. O depoimento para esses exemplos, além da linguagem utilizada, basearemos na obra de George Polya. O objetivo da escritura desse livro é resolver problemas utilizando métodos eficazes, assim é denominado, como o próprio título expressa, “a arte de resolver problemas”. Seguiremos o Método Heurístico de Polya (2006), bem como as definições importantes que são atribuídas no processo do discurso da resolução.

Os problemas que encontramos nos livros didáticos, nas atividades de salas de aulas do Curso de Matemática ou nos concursos, estão saturados de informações coerentes com o conteúdo matemático que pertence. Problemas algébricos, situações que utilizam sequência numérica, probabilidade e até mesmo limites, derivadas e integrais são achados nas listas de exercícios propostos das aulas de Matemática. No entanto, o sucesso nas resoluções será efetivado se a compreensão se der pela prática correta do método e do conhecimento da linguagem matemática.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO 2 COMO RESOLVER PROBLEMAS

 

A atividade de resolver problemas existe desde que o homem passou a desenvolver tarefas no seu dia a dia que exigia organização e cálculos. O homem primitivo era nomadista, isto é, possuía o modo de vida nômade, dessa maneira, caçava e coletava frutos e outros alimentos para sua sobrevivência. Esse movimento diário na sua existência dá-nos entender que eles eram seres que se locomoviam e sofriam constantes mudanças relacionadas ao seu modo de vida. As descobertas traziam novidades e a forma de envolver com elas através de procedimentos que dependia da habilidade e de estratégias, como as utilizadas na caça e pesca, seriam de algum modo um agir matemático.

 

Ninguém sabe quando começou a matemática. O que sabemos é que toda civilização que desenvolveu a escrita também mostra evidências de algum nível de conhecimento matemático. Nomes para números e formas e ideias básicas sobre a contagem e operações aritméticas parecem ser parte da herança comum da humanidade em toda parte. Antropólogos acharam muitos objetos pré-históricos que podem, talvez, ser interpretados como matemáticos. Os mais antigos de tais objetos foram encontrados na África e datam de 37 mil anos. Eles mostram que homens e mulheres estiveram engajados em atividades matemáticas por muito tempo. Antropólogos modernos e estudantes de etnomatemática também observam que muitas culturas do mundo mostram profunda percepção de forma e quantidade, e frequentemente podem fazer coisas bem sofisticadas e difíceis, que exigem algum entendimento matemático – que vão de estabelecer uma base retangular para um edifício e inventar padrões complicados e planos para tecidos, cestos e outras atividades artesanais. (BERLINGHOFF[6], GOUVÊA[7], 2010, p.6-7).

 

Nas civilizações antigas, como as babilônicas e egípcias, em que a sociedade estava organizada, encontramos registros de atividades do pensar matemática. O trabalho consistia em operações ardorosas e braçais, convinha a necessidade de utilizar ferramentas manuais, no entanto, o conhecimento matemático, como ideias de juntar, contar, estimar, ordenar, medir (comprimento, área), calcular, eram comuns de se encontrar nessas sociedades.

 

Nos papiros que se preservaram do Egito antigo, constata-se que os egípcios já trabalhavam com alguns tipos especiais de triângulos, como o triângulo retângulo e os isósceles.

Acredita-se que por volta do ano 600 a.C. o sábio Tales de Mileto [c.62 a.C. – c. 558 a.C.] obteve a altura da Grande Pirâmide de Quéops, no Egito, por meio de um raciocínio envolvendo triângulos. (SAMPAIO[8], 2012, p.112).

 

Na Babilônia, havia a presença de construções e contagens, dessa maneira podemos identificar que a Matemática teve presente nas relações de trabalho e na formação de outros setores organizacionais desse povo. A história desses povos admite legado conclusivo na formação de várias ciências. No tocante aos fatos ocorridos na história antiga das civilizações, serão tratados com pouca ênfase nesse trabalho. Procuraremos olhar para as situações matemáticas nesse quadro das relações humanas ao longo dos séculos ocorridas no trabalho e na prática da Matemática e Cidadania.

 

Depois de quase um século de mistério, um grupo de cientistas descobriu a utilidade de uma antiga placa de argila da Babilônia que ostenta inscrições de mais de 3,8 mil anos: trata-se da mais antiga tábua trigonométrica, provavelmente utilizada pelos antigos matemáticos para realizar cálculos na construção de palácios, templos e canais. (CASTRO[9], 2017, Inscrições feitas na Babilônia há 3,7 mil anos mudam história da matemática).

 

Dada uma situação problema, seja para qualquer nível escolar, a solução virá a partir de passos observados que poderão ser utilizados no processo de resolução. São muitos métodos que podem ser aplicados na resolução de problemas, assim como encontramos diversos tipos de problemas, também encontraremos maneiras que seja aplicável a algum tipo dessas situações.

Vamos destacar nesse trabalho, o método de Polya, em que encontraremos maneiras bem elaboradas para compreender a resolução de problemas. Este é um método que pode ser muito utilizado por professores e alunos em salas de aulas. Está dividido em quatro fases e cada uma destacada e exemplificada, notaremos a importância de trabalhar com todas elas, pois são passos que direcionam para a solução.

 

Para agrupar convenientemente as indagações e sugestões da nossa lista, distinguiremos quatro fases de trabalho. Primeiro, temos de compreender o problema, temos de perceber claramente o que é necessário. Segundo, temos de ver como os diversos itens estão inter-relacionados, como a incógnita está ligada aos dados, para termos a ideia da resolução, para estabelecermos um plano. Terceiro, executamos o nosso plano. Quarto, fazemos um retrospecto da resolução completa, revendo-a e discutindo-a. (POLYA, 2006, p.4-5).

 

A resolução de problemas é tarefa realizada utilizando tempo necessário, isto é, não pode ter pressa para alcançar a solução. É preciso seguir os passos, fugir dos achismos, que surgem para levar a fazer estimativas, e conclusões incertas. O tempo necessário para resolver um problema, é dependente de qual método utilizamos para resolução e a lógica que possuímos. Seguir os procedimentos fundamentais é caminhar para a solução, e em um dado momento da execução da prática de resolver exercícios, iremos encontrar uma entrada que abrirá a compreensão do texto do problema. Entretanto, para achar a solução do problema, faz necessário inicialmente compreender, estabelecer um plano, executar o plano e verificar.

Os livros escolares de Matemática, principalmente, a partir do 6º ano, comumente, iniciam os capítulos fazendo alusão da História da Matemática e, finaliza, propondo atividades básicas, complementares, fundamentais e desafios. Cada conteúdo, então, é ministrado e faz o aluno conhecer a história a partir de uma visão do princípio dele.

 

O Ensino Fundamental deve ter compromisso com o desenvolvimento do letramento matemático, definido como as competências e habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento de conjecturas, a formulação e a resolução de problemas em uma variedade de contextos, utilizando conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. É também o letramento matemático que assegura aos alunos reconhecer que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo e perceber o caráter de jogo intelectual da matemática, como aspecto que favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a investigação e pode ser prazeroso (fruição). (BNCC, 2017, p.266).

 

No decorrer dos estudos, os alunos aprendem na prática resolver questões já desenvolvidas pelo professor, ler definições, usar fórmulas e, ao chegar ao final do capítulo, é desafiado a resolver outros tipos de problemas que os levarão a confirmar o que aprendeu.

 

Propor ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na análise de problemas sociais, como os voltados a situações de saúde, sustentabilidade, das implicações da tecnologia no mundo do trabalho, entre outros, mobilizando e articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática. (BNCC, 2017, p.531).

 

Aqui notamos que quase sempre isso acontece, mas o sucesso ocorrerá se o professor desses alunos fizer a exposição de maneira flexível, mostrando que o método de resolução produzido por Polya é eficaz.

 

2.1 Etapas para a Resolução de Problemas

 

Queremos a partir daqui ater ao método de Polya. Em cada etapa abordaremos sobre sua importância e sua aplicabilidade, também será primor a citação de exemplos de situações problemas, que serão submetidas ao estudo e resolvidas através do método. As etapas do método de Polya são: compreender, planejar, executar o plano e fazer um retrospecto. É importante resolver um problema, porque dará diretriz para resolver outros. Conforme Polya (2006, p. 4), “é provável que a nossa concepção do problema seja muito incompleta no princípio; a nossa perspectiva é outra depois de feito algum progresso”.

 

2.1.1 Primeira etapa: Compreensão do problema

 

A questão está diante dos olhos, o comportamento inicial será fazer as leituras dos textos do problema e confiar na capacidade que possui. De acordo com Polya (2006, p. 5), “é uma tolice responder a uma pergunta que não tenha sido compreendida”. Logo, compreender o problema é o primeiro objetivo diante da questão. A leitura realizada será valiosa, porque será o primeiro contato com a ideia da situação, não basta apenas uma leitura para chegar à compreensão, é preciso focar no assunto e entender a linguagem matemática. A linguagem normal que usamos no cotidiano também deve ser vista com atenção. Os conectivos, como: “ou”, “e”, “do que”, “somente”, “se”, “que”, “para”, estão colocados no texto e fazem parte do enunciado. Assim, deve se dar mais importância a esse tipo de linguagem.

 

O aluno precisa compreender o problema, mas não só isto: deve também desejar resolvê-lo. Se lhe faltar compreensão e interesse, isto nem sempre será culpa sua. O problema deve ser bem escolhido, nem muito difícil nem muito fácil, natural e interessante, e um certo tempo deve ser dedicado à sua apresentação natural e interessante. Primeiro que tudo, o enunciado verbal do problema precisa ficar bem entendido. O aluno deve também estar em condições de identificar as partes principais do problema, a incógnita, os dados, a condicionante. (POLYA, 2006, p.5).

 

Tomemos um exemplo para ilustrar tanto a primeira etapa quanto as outras. Faremos uma descrição do problema, tomando os dados separadamente, apontando tudo que é fornecido pelo problema para essa etapa de resolução. Existem muitas formas de resolver o Problema de Nicolau citado abaixo. Assim, segue uma possível solução para a situação dada. Ela começará a ser desenvolvida nesta etapa, dando continuidade em cada uma das etapas seguintes.

EXEMPLO único (Problema de Nicolau) – Nicolau gastou tudo o que tinha no bolso em cinco lojas. Em cada loja gastou R$ 1,00 a mais do que a metade do que tinha ao entrar em cada loja. Quanto tinha Nicolau no bolso antes das compras?

1ª Etapa (Compreensão do problema): O estudante precisa ler o problema e considerar as partes principais, interpretar essas partes de maneira que estejam organizadas a fim de que a compreensão do mesmo leve a conhecer os dados e ilustrar da melhor maneira possível.

 

O estudante deve considerar as partes principais do problema, atenta e repetidamente, sob vários pontos de vista. Se houver uma figura relacionada ao problema, deverá traçar uma figura e nela indicar a incógnita e os dados: Se for necessário designar estes elementos, deverá adotar uma notação adequada, pois, dedicando alguma atenção à escolha dos signos apropriados, será obrigado a considerar os elementos para os quais esses signos têm de ser escolhidos. (POLYA, 2006, p.5)

        

Segue, as anotações feitas por Polya (2006), uma compreensão do problema:

·         Qual é a incógnita?

Quanto tinha no bolso antes das compras.

·         Quais são os dados?

Gastou tudo que tinha nas cinco lojas, gastou R$1,00 a mais do que a metade do que tinha ao entrar em cada loja.

·         Adote uma notação adequada.

Qual a letra que deve denotar a incógnita? Adotaremos, por conveniência, .

·         Quais as letras que escolheria para designar o que tinha ao entrar em cada loja?

 para loja 1;  para loja 2;  para loja 3;  para loja 4 e  para loja 5.

·         Qual a condicionante que relaciona  e  com x?

 é o valor total do que tinha no bolso antes das compras, já  e  são, respectivamente, o valor que tinha ao entrar em cada loja, na sequência, que realizou a compra.

·         Linguagem matemática de destaque.

A metade com a seguinte notação: .

Vamos discorrer sobre a conduta do professor ao passar para seus alunos esse problema. As explicações serão interessantes, porque o problema deve tornar interessante para os alunos. A partir da leitura do problema, o professor direciona os alunos para a interpretação do enunciado. Compreender o problema deve ser o objetivo nessa hora, assim indicar os dados e tomar conhecimento do que realmente está querendo descobrir. Polya (2006, p.6) afirma que “o professor pode tornar interessante o problema, concretizando-o”.

A aula expositiva terá um cenário de diálogo em que alunos e professor, dessa maneira, estarão envolvidos nesse procedimento até encontrar a solução. Seguindo o texto do problema, exemplo 1, notamos que, Nicolau gastou tudo que tinha passando em 5 (cinco) lojas. Percebemos que a pessoa gastou tudo que tinha, pois, a palavra tudo, denota a parte toda. Gastar em 5 (cinco) lojas é uma parte interessante do problema, embora trate de locais de compras, mas o número 5 (cinco) é um dado do problema.

Diante disso, um ponto de alerta deve ser observado com atenção é que em cada loja ele gastou R$1,00 a mais do que a metade do que tinha ao entrar. A tradução dessa parte é mais trabalhosa, além da linguagem matemática, os termos verbais induzem o estudante a fazer suposições que possam estar incorretas. E finalmente, a solução será encontrar quanto tinha no bolso antes das compras.

O diálogo entre professor e aluno pode ser como está mostrado, dessa maneira o aluno poderá interrogar para tirar suas dúvidas e o professor fará um trabalho de melhor clareza ao resolver esse problema no quadro giz. A etapa de compreensão precisa ser detalhada para que se conheça o problema e faça uso adequado do procedimento.

 

É preciso compreender o problema, familiarizar-se com ele, gravar na mente o seu objetivo. A atenção concedida ao problema pode também estimular a memória e propiciar a recordação de pontos relevantes. [...] Verifique as partes principais do seu problema, considere-as uma a uma, em seguida examine-as em várias combinações, relacionando cada detalhe com os outros detalhes e cada um destes com a totalidade do problema. (POLYA, 2006, p.29).

 

Começar a resolução de um problema pela compreensão do mesmo é um indicativo de que o trabalho será proveitoso e a análise de cada detalhe possibilitará encontrar a solução. Assim sendo, não haverá compreensão se não tiver conhecimento matemático, essa é uma questão sempre escutada, a dificuldade de compreender o problema. Aquelas pessoas que não entendem a Matemática, olharão para o problema e farão muitas leituras, mas não encontrará nenhuma luz para fazer a resolução. Por isso, não são todos que sabem resolver problemas matemáticos, mas todos que compreendem um problema e conhece matemática, saberão resolver.

 

 

2.1.2 Estabelecimento de um plano

 

Essa etapa consiste em estabelecer um plano do que será realizado, tendo contato com problema e sabendo o que ele quer. Compreendendo o problema, traçar um plano é fundamental, pois o que fazer e como fazer será bem definido no planejamento. O plano consiste em dar direção e organização das ideias levantadas pela compreensão que obteve da situação problema.

A parte que trata o que fazer, é dada através de objetivos definidos para que o planejamento seja flexível, embora não seja infalível, podendo ser replanejado e mudado, o plano conterá estratégias que forma a dimensão do ato de realização da tarefa. Até mesmo no cotidiano o planejamento é essencial, ele norteia as ações num trabalho e faz com que elas sejam executadas organizadamente. No planejamento, o procedimento para a realização, é dado pela forma de como será feita, isto é importante, porque mostra habilidade, confiança e domínio do conteúdo na execução do trabalho.

A resolução do problema, então, dará efetividade através da compreensão e estabelecimento do plano. Por intermédio dessas duas indagações, o estudante saberá o que fazer e tomará conhecimento de como fazer.

 

O caminho que vai desde a compreensão do problema até o estabelecimento de um plano, pode ser longo e tortuoso. Realmente, o principal feito na resolução de um problema é a concepção da ideia de um plano. Esta ideia pode surgir gradualmente ou, então, após tentativas infrutíferas e um período de hesitação, aparecer repentinamente, num lampejo, como uma “ideia brilhante”. (POLYA, 2006, p.7).

 

Vamos direcionar o modo a ser planejado para realizar a resolução de um problema. Se tomarmos como exemplo mais uma situação do nosso dia a dia, poderemos encontrar nela algum fator encontrado na Matemática com relação a cidadania, promovendo maior interesse do estudante.

Iremos fazer uma análise dessa situação problema, cujo objetivo, será elaborar um plano para resolução. Sabendo da importância do planejamento para o exercício de uma atividade, faremos isso de forma condizente com a necessidade de todos, pois quando o assunto é resolver problemas, a organização é fundamental. Acerca do estabelecimento de um plano, diz Polya (2006, p. 7), “temos um plano quando conhecemos, pelo menos de um modo geral, quais as contas, os cálculos ou os desenhos que precisamos executar para obter a incógnita”. Vamos ao ato do planejamento.

2ª etapa (Estabelecimento de um plano):

·        Conhece um problema correlato? Existem diversas formas de resolver problemas que utilizam a mesma ideia de resolução.

·        Considere a incógnita! Conhece um problema que tenha a mesma incógnita ou outra semelhante? Deve ser a atenção do estudante para esse tipo de informação, o conhecimento de outro problema em que utiliza a mesma ideia.

·        Então, qual é a incógnita? No problema, precisa descobrir quanto gastou em cada loja visitada, chamaremos de  para o valor gasto em cada uma das 5 lojas.

·        Eis um problema correlato já resolvido. É possível utilizá-lo? Esse pensar, considerando a organização das ideias, é muito útil, porque através de um exemplo já resolvido, será um norte para novas resoluções.

 

O professor deve estar preparado para o caso em que até esta indicação tão explícita seja insuficiente para despertar os alunos de seu torpor. Deve ainda preparar-se para usar toda uma gama de indicações mais ou menos explícitas. (...) Quando afinal, com ajuda maior ou menor, os estudantes conseguirem introduzir o elemento auxiliar decisivo, (...) o professor deverá estar convicto de que seus alunos veem bastante adiante, antes de encorajá-los a passar aos cálculos. (POLYA, 2006, p. 9, 10).

 

·        É possível introduzir algum elemento auxiliar para possibilitar a sua utilização? Aqui há muitas maneiras que são também encontradas em outras situações envolvendo elementos da linguagem matemática que podem ser aplicados em iguais tipos de problemas.

Nesta situação, podemos resolver o Problema de Nicolau através de equações de grau 1, formando um sistema de equações, utilizando o método de substituição na resolução deste.

 

2.1.3 Execução do Plano

 

            A persistência é adquirida a partir de estímulos que funcionam como motivadores para realizar a tarefa focando no objetivo. Essa missão até chegar ao alvo é acompanhada por estratégias que torna o trabalho sólido e proveitoso. A fim de alcançar o propósito nada melhor do que a realização através do planejamento, assim será guiada e saberá aonde ir e o que fazer. O comentarista social Thomas Carlyle[10], escreveu a seguinte frase acerca do propósito: “O homem sem propósito é como um navio sem leme.” Entendemos a importância do foco na execução de uma tarefa, o resultado será visto tão logo ter acabado a atividade, seja qualquer tipo de trabalho, escolar ou do dia a dia.

A execução do plano é a terceira divisão do método de Polya, seguidos pela compreensão e elaboração de um plano. Essa etapa vai tratar da arrumação das ideias e como elas poderão ser colocadas em qualquer situação.

 

O plano proporciona apenas um roteiro geral. Precisamos ficar convictos de que os detalhes se inserem nesse roteiro e, para isso, temos que examiná-los, um após outro, pacientemente, até que tudo fique perfeitamente claro e que não reste nenhum recanto obscuro no qual possa ocultar-se um erro. (POLYA, 2006, p. 10).

 

Iremos utilizar um terceiro exemplo de problema nessa etapa, que servirá para observar como conceber um plano para a resolução de problemas. A paciência é encontrada como requisito nesse processo contíguo a fim de encontrar a solução do problema escolhido.

 

Conceber um plano, a ideia da resolução, não é fácil. Para conseguir isto é preciso, além de conhecimentos anteriores, de bons hábitos mentais e de concentração no objetivo, mais uma coisa: boa sorte. Executar o plano é muito mais fácil, paciência é o que mais se precisa. (POLYA, 2006, p. 10).

 

3ª etapa (executar o plano): Supondo que antes de entrar na 1ª loja tinha  reais e nas outras quatro  e . Assim,

Na 1ª loja gastou:

Saiu da loja 1 com

Tomemos

Na 2ª loja gastou:

Saiu da loja com

Tomemos

Na 3ª loja gastou:

Saiu da loja com

Tomemos

Na 4ª loja gastou:

Saiu da loja com

Tomemos

Na 5ª e última loja gastou:

Porém, nesta loja gastou o resto que tinha no bolso, ou seja, quando saiu da loja não possuía nenhum dinheiro no bolso. Assim, teremos:

Desta última igualdade temos que

Substituindo o este resultado na equação , teremos:

Substituindo o este resultado na equação , teremos:

Substituindo o este resultado na equação , teremos:

E, por fim, substituindo o este resultado na equação , teremos:

Portanto, Nicolau tinha , antes das compras.

 

A resolução de problemas envolve criatividade, espírito de organização, capacidade de trabalho, autoconfiança, paciência, persistência. Resolver problemas é uma realidade que pode ser desenvolvida. Um problema ainda que simples, pode despertar o prazer pelo trabalho mental e proporcionar ao aluno o gosto pela descoberta da resolução. (ENTRE JOVENS[11], 2013, p. 122).

 

Resolver problemas a partir do método de Polya é muito interessante, porque os passos são flexíveis e deixa o estudante confiante. Seguindo esse método, o momento da resolução será marcado pela autoconfiança, capacidade, organização e principalmente por uma coisa que a gente não encontra na maioria dos estudantes, que é a paciência. A arte de resolver problemas tem seu próprio autor, mas todos quantos a usarem serão artistas através das suas próprias criatividades. A alegria de aprender algo em matemática é manifesta através da vontade de continuar estudando e resolvendo mais problemas, é gratificante saber solucionar um problema.

 

2.1.4 Retrospecto

 

Essa etapa da resolução de problemas fala do ato da verificação realizada pelos alunos ao terminarem de resolver um exercício. É a confirmação de que os resultados obtidos fazem sentido. Isso leva também a fazer os cálculos de outra forma diferente. De acordo com o guia Entre Jovens (2013, p. 124), “poderá escrever a solução final de forma clara e concisa, usando uma linguagem simples sem qualquer margem para ambiguidade”.

Vimos uma realidade muito comum nos estudantes, acerca da resolução de problemas, que é fechar o caderno logo após resolver um problema. Essa etapa do método, complementa o sucesso de como encontrar soluções de problemas propostos ou escolhidos. O ato da retrospectiva, também era realizado pelos professores durante a explicação de exercícios no quadro giz, em que consistia voltar ao problema resolvido e “tirar a prova real”, lembra?

Dessa maneira, ou ter a condição de refazê-lo é fundamental para que haja aprendizado, e sucesso em futuras resoluções de problemas. Segundo Polya (2006, p. 12) “Se fizerem um retrospecto da resolução completa, reconsiderando e reexaminando o resultado final e o caminho que levou até este, eles poderão consolidar o seu conhecimento e aperfeiçoar a sua capacidade de resolver problemas”.

Utilizou todos os dados? Todos os dados que foram listados no plano foram utilizados na resolução. Cada passo da resolução foi pacientemente realizado, observando o significado de que cada um possuía na situação. Finalmente, esses dados foram suficientes e representam significativamente elementos aplicáveis do cotidiano das pessoas.

4ª etapa (Retrospecto): Veja que ele tinha  antes das compras, assim:

a) Na 1ª loja gastou  reais. Ficando com  reais.

b) Na 2ª loja gastou  reais. Ficando com  reais.

c) Na 3ª loja gastou  reais. Ficando com  reais.

d) Na 4ª loja gastou  reais. Ficando com  reais.

e) Na 5ª loja gastou  reais. Ficando com  reais.

Então, a solução satisfaz o problema inicial.

Essa ideia pode ser usada para outros tipos de problemas que tenha a composição algébrica na linguagem do texto. Isto é, uma situação que apresenta um valor oculto no qual deve ser identificado, somente através da resolução, através da lógica se torna imprópria à conclusão. Também podemos destacar que existem outras formas de resolver essa situação. Poderia ser feita usando outras ideias matemáticas. A partir desse tipo de resolução que foi apresentado, é possível também aplicá-la para outros problemas, no entanto, a mesma ideia serviria para compreender os problemas, pois encontraríamos apenas mudanças no enunciado, no texto verbal.

Ao concluir a resolução do problema, é importante verificar os resultados e compará-lo com outros de mesma semelhança. Isto será interessante para compreender como encontrou os resultados e qual outra maneira ainda poderia ser utilizada na resolução do problema.

 

Os estudantes acharão realmente interessante o retrospecto se eles houverem feito um esforço honesto e ficarem conscientes de terem resolvido bem o problema. Neste caso, ficarão ansiosos para ver o que mais poderão conseguir com aquele esforço e como poderão, da próxima vez, fazer tão bem quanto desta. O professor deve encorajar os alunos a imaginar casos em que eles poderão outra vez utilizar o procedimento usado ou o resultado obtido. (POLYA, 2006, p. 13).

 

Vimos as quatro fases do Método de Polya. “Cada uma dessas fases tem a sua importância” (2006, p. 5). Um problema pode ser resolvido utilizando outros métodos, mas através desse modelo organizado, possibilita ao estudante encontrar as soluções das situações problemas e também aprender. Resolver problemas deve ser uma arte, como afirma o título da obra de George Polya, pois cada problema resolvido observa um trabalho que resulta em conhecimento matemático e agilidade para interpretar qualquer tipo de problemas. Afinal, o aprender matemática se torna mais interessante, o estudante poderá não somente desejar resolver situações problemas, mas gostar de matemática.

 

 

 

 


CAPÍTULO 3 CONTRIBUIÇÕES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

 

O que é um problema matemático? De acordo com Dante (2007, p. 10), “é qualquer situação que exija a maneira matemática de pensar e conhecimentos matemáticos para solucioná-las.” Os objetivos da resolução de problemas são importantes, pois eles acentuam que tipo de situação a Matemática está envolvida.

 

Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades

e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e

é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho. (BNCC, 2017, p.267).

 

A aplicação da Matemática nos setores da sociedade mostra infindos exemplos de problemas que podem ser explorados. A Matemática e a cidadania têm participação no cotidiano das pessoas, por esse motivo, é imprescindível a sociedade manter organizada sem os valores de cidadania e sem o uso de conhecimentos matemáticos.

O homem está envolvido com a Matemática ao longo de sua história. Ela faz parte do viver no dia a dia de cada pessoa, seja em casa, no trabalho, no supermercado, nos planejamentos, no comércio, na economia, assim, podemos encontrar a prática desses conceitos matemáticos em qualquer meio social. As situações problemáticas que aparecem também no dia a dia das pessoas e que envolvem matemática são encaradas como problemas. Dessa forma, a solução de qualquer tipo desses problemas é encontrada, relacionando-os à Matemática. A prática da resolução de problemas é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. O objetivo da resolução de um problema trará o essencial para qualquer estudante.

 

Convém reiterar a justificativa do uso na BNCC de “Resolver e Elaborar Problemas” em lugar de “Resolver Problemas”. Essa opção amplia e aprofunda o significado dado à resolução de problemas: a elaboração pressupõe que os estudantes investiguem outros problemas que envolvem os conceitos tratados; sua finalidade é também promover a reflexão e o questionamento sobre o que ocorreria se algum dado fosse alterado ou se alguma condição fosse acrescentada ou retirada. (BNCC, 2017, p.536).

 

 

 Veremos a seguir algumas contribuições da Resolução de Problemas, tais como: Fazer o aluno pensar produtivamente, desenvolver o raciocínio do mesmo, ensinar o educando a enfrentar situações novas, dar a ele oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática, tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras, equipar o aluno com estratégias para resolver problemas e dar uma boa base matemática às pessoas.

 

3.1 Fazer o aluno pensar produtivamente

 

A leitura é importante para uma pessoa. Ela informa o leitor e possibilita que ele alcance conhecimento através da prática correta. Do mesmo modo, vimos em Matemática que a prática é proveitosa e necessária para chegar ao conhecimento matemático, assim, a resolução de problemas aparece como forma esclarecedora de que todos que adquirem o conhecimento poderão resolver uma situação.

 

Um dos principais objetivos do ensino de Matemática é fazer o aluno pensar produtivamente e, para isso, nada melhor que apresentar-lhe situações problema que o envolvam, o desafiem e o motivem a querer resolvê-las. Esta é uma das razões pela qual a resolução de problemas tem sido reconhecida no mundo todo como uma das metas fundamentais da Matemática no 1º Grau. (DANTE, 2007, p.11).

 

Os alunos são estimulados a pensar produtivamente a partir da proposição de uma situação que faça parte do seu dia a dia. Isto fará que eles desejem relacionar o universo da Matemática com apreciação, a resolução de problemas será algo interessante para eles. Seja qual o contexto da situação problema, sendo possível encontrar algum meio que esteja ligado a cidadania, é um problema que chamará atenção dos alunos. Citaremos dois exemplos de problemas elaborados em livro didático do 8º ano, ambos possuem soluções distintas, mas contextos específicos. Citamos um exemplo de problema que faz com que o estudante pense e produza melhor: Em nosso país, as leis trabalhistas garantem ao trabalhador o direito a receber, por ocasião de suas férias, um acréscimo de  do salário. Registre qual dos cálculos a seguir expressa um modo de calcular esse valor adicional para um salário de R$ 900,00.

a)

b)

c)

d)  (SAMPAIO, 2012, p. 24).

O exemplo citado tem o dinamismo de envolver os alunos em seus contextos, pois percebemos que são situações do cotidiano deles, desse modo, são estimulados a pensarem e gastar tempo com paciência para encontrar suas soluções. Os problemas que possuem essa dinâmica promoverão interesse nos alunos, mesmo que não saibam as respostas de imediato, mas poderão ser orientados pelo professor a seguir o método que melhor os auxiliem alcançar uma solução.

 

3.2 Desenvolver o raciocínio do aluno

 

Existem pessoas que não gostam de pensar muito quando estão diante de um problema matemático. Já ouvimos alguém dizer: “estou com a cabeça doendo de tanto pensar.” Dessa maneira, entendemos que qualquer problema fará com que o estudante perceba a solução através do raciocínio, isto é, terá que pensar e pensar. Embora, apenas pensar não será suficiente, esse é o caso das pessoas que não suportam pensar, como mencionada acima. É necessário organizar esse pensar. “É preciso desenvolver no aluno a habilidade de elaborar um raciocínio lógico e fazer uso inteligente e eficaz dos recursos disponíveis, para que ele possa propor boas soluções às questões que surgem em seu dia a dia, na escola ou fora dela” (DANTE, 2007, p. 12).

Vamos citar uma situação, na qual, a lógica poderá ser usada por aqueles que escolherem problemas desse tipo, usando a compreensão. Não importando a resposta que chegar, será uma tarefa para o aluno raciocinar e fazer por tentativas. Quando o problema é proposto, exigindo a resolução correta, como ocorre na prova, o aluno quer resolver o problema lembrando-se de como fora feito por seu professor em sala de aula. Mas, em problemas, cujo objetivo é desenvolver o raciocínio do aluno, será comum tentar utilizando qualquer modo que vier a pensar. Assim, o raciocínio será estimulado e mesmo que deixe qualquer resposta, para depois ser corrigida pelo professor e conferida no gabarito, continua sendo importante, uma vez depois de revista, conclui se estava correto o modo que raciocinou.

Citamos um exemplo de situação problema, em que o estudante utiliza as ferramentas matemáticas e desenvolve o raciocínio. Renato e Russo estão jogando com cartas de cor azul e vermelha. A carta azul vale  pontos e a vermelha vale  pontos. Renato terminou o jogo com cartas azuis e  cartas vermelhas. Determine o total de pontos que Renato obteve. (APRENDER +, 2018, Vol. 2).

O estudante é estimulado a resolver questões que lhe cause impressão, ou seja, um problema que seja interessante, no qual, seja desejável. A escolha pelo tipo de problema de raciocínio é comum para estudantes que gostem de usar a criatividade.

 

 

 

3.3 Ensinar o aluno a enfrentar situações novas

 

            Para esse objetivo poderemos encontrar diversos exemplos de problemas existentes que são utilizados nas aulas de matemática. O professor, ciente da necessidade de seus alunos, deveria propor situações reais aplicadas à matemática, certamente existam professores que não se preocupam com a aprendizagem de seus alunos, porém, a maioria dos mestres se esforçam para que haja progresso nos estudos e que os alunos cresçam e amadureçam conhecendo que a matemática está em toda parte e que sua importância é fundamental para encontrar respostas reais.

“Um caminho bastante razoável é preparar o aluno para lidar com situações novas, quaisquer que sejam elas. E, para isso, é fundamental desenvolver nele iniciativa, espírito explorador, criatividade e independência através da resolução de problemas” (DANTE, 2007 p.12). O professor conhece a capacidade de seus alunos, mesmo que haja dificuldade para fazê-los realizarem as atividades em sala, mas conseguirá incentivá-los à medida que eles forem agentes que fazem parte das situações, em que eles mesmos poderão dar a solução e explicar com provas porque chegou a tal conclusão.

Dessa maneira, o aluno envolve com situações novas e a partir daí enfrenta obstáculos utilizando ferramentas conhecidas através do ensino e estímulo ocorrido durante as aulas de matemática. Agora, passamos a apresentar uma situação elaborada, onde envolve o aluno a pensar e realizar o trabalho fazendo aplicações cotidianas no universo matemático. No pátio da escola de Pedro há uma árvore, o professor de Matemática pediu para calcular a altura dessa árvore utilizando ideias de proporção ou Teorema de Tales. Souberam que a medida do comprimento da sombra da árvore era 21,62 . Qual era a altura da árvore?

Uma situação que potencializa o saber dos alunos é aquela que ele mesmo possa construir e utilizar estratégias que aprendeu ao resolver outros tipos de problemas semelhantes. A independência do aluno no ato da construção de uma nova situação revela a motivação que ele desfruta e muito mais ainda quando entender o problema e chegar à solução através de seus próprios esforços.

 

3.4 Dar ao aluno a oportunidade de se envolver com as aplicações da Matemática

 

Quando descobrimos a utilidade de um objeto, tornamo-nos mais participativos e interessados no nosso trabalho cotidiano. Dessa maneira, os alunos conhecendo a aplicação da Matemática nas coisas da vida, terá maior interesse no estudo, porque saberá pra que e como isso funciona. O conhecimento da linguagem se dará na aplicação das ideias matemáticas quando este estiver trabalhando.

Saber o porquê do estudo de equações, frações, raízes e potências é um caminho relevante para o aluno que deseja envolver com as aplicações matemáticas, e o professor deve atentar para isso, oferecendo oportunidade ao aluno de aprender na prática como as coisas no dia a dia estão relacionadas com a Matemática.

 

A oportunidade de usar os conceitos matemáticos no dia a dia favorece o desenvolvimento de uma atitude positiva do aluno em relação à Matemática. Não basta saber fazer mecanicamente as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão. É preciso saber como e quando usá-las convenientemente na resolução de situações problema. (DANTE, 2007 p.13).

 

As contribuições que recebemos quando resolvemos um problema vem desde a interpretação do próprio problema, pois conhecemos que a linguagem contida nele é a porta para compreender todo o corpo textual. Maior prazer haverá na aplicação que fizermos do conteúdo matemático em negócios do cotidiano. Assim, envolver com as aplicações da Matemática é saber o sentido dos conteúdos estudados. 

 

Além dos diferentes recursos didáticos e materiais, como malhas quadriculadas, ábacos, jogos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de geometria dinâmica, é importante incluir a história da Matemática como recurso que pode despertar interesse e representar um contexto significativo para aprender e ensinar Matemática. Entretanto, esses recursos e materiais precisam estar integrados a situações que propiciem a reflexão, contribuindo para a sistematização e a formalização dos conceitos matemáticos. (BNCC, 2017 p.298).

 

A história da Matemática é um depoimento através de fatos que centraliza a compreensão dos alunos na aplicabilidade dos conteúdos. Ao saber de algum fato histórico dos povos egípcios, quanto ao uso da geometria, por exemplo, os alunos recebem oportunidade para participarem da discussão sobre o conteúdo. Mas, a oportunidade que o professor pode dar aos seus alunos é conversar com eles sobre a importância da Matemática e seu uso no dia a dia das pessoas e nas resoluções de problemas.

A aplicação da Matemática é fato de muito interesse tanto por pessoas leigas no ensino quanto as que estudam constantemente, porque a aplicação explica por si só a exatidão com que os objetos possuem no conjunto das ideias matemáticas. Como exemplo do trabalho das pessoas, todos eles têm aplicação de algum conteúdo matemático. Um serralheiro que constrói um portão, seja ele estudante de matemática ou não, estará utilizando conceitos matemáticos na execução de seu trabalho.

Finalmente, os alunos serão orientados por seu professor que conhecer os conteúdos matemáticos e sua aplicação é relevante para que haja o aprendizado. A resolução de problemas contribuirá para a formação intelectual do estudante. “EXEMPLO 5 – Sabendo que a quantidade de determinadas telhas por metros quadrados na formação dum telhado é de  unidades. Sendo assim,  telhas, cobrirão um telhado de quantos metros quadrados?”.

A atitude positiva do aluno em relação à Matemática é dada a partir do envolvimento que ele possui com o uso dela. Além da construção do conhecimento, e da tradução das linguagens normal e matemática, o aluno alcança o nível de confiança nas resoluções de problemas e consegue perceber sentido em tudo que está no Universo.

 

3.5 Tornar as aulas de Matemática mais interessantes e desafiadoras

 

A maioria das pessoas fala da Matemática como uma ciência extremamente difícil de ser compreendida. Esse tratamento dificulta o aprendizado, pois o indivíduo passa a enxergar os seus conteúdos como aquilo que para ser entendido deve exigir muita concentração, e as pessoas atualmente não possuem tanta concentração, elas estão cheias de informações. Mas, o fato de não saber matemática vem pela tradição de berço. Os pais desde quando tem seus filhos pequenos, ensinam que problemas devem ser evitados, sejam eles de caráteres sociais ou científicos.

O pensamento acerca do aprendizado da criança pelos pais tem concordância com as frequentes réplicas dos alunos em salas de aulas, como em falar “pra que estudar isso”. As pessoas carregam esse sentimento da Matemática por não possuir a linguagem matemática em seus vocabulários desde a infância. Mas o interessante é que todos quantos nasceram dessa forma, a qualquer momento podem compreender e falar o mesmo idioma da ciência exata. Alguns aprendem com facilidade, estes são aqueles que foram ensinados a andar no caminho certo, a sabedoria. Outros não interessam, por notar que estudar Matemática é somente para os solucionadores de problemas, e possui aqueles que “adoecem” quando o assunto é Matemática, são filhos ensinados a utilizar a linguagem normal, por medo de problemas que danifique seus neurônios.

 

O solucionador de problemas inteligente procura, antes de tudo, compreender o problema tanto quanto possível completa e claramente. Isto não é, no entanto, suficiente: é preciso que ele almeje sinceramente chegar à solução. Se não tiver um real anseio de resolver o problema, será melhor deixa-lo de lado. O verdadeiro segredo do sucesso consiste em consagrar toda a sua personalidade ao problema. (POLYA, 2006 p.118, 119).

 

A revelação do interesse do aluno será realizada no período em que ele passa na escola, pois nesse ambiente, a formação da sua vida acadêmica vai sendo montada. As aulas de Matemáticas que tem coisas interessantes e desafiadoras, provoca maior interesse nos alunos.

 

Uma aula de Matemática onde os alunos, incentivados e orientados pelo professor, trabalhem de modo ativo – individualmente ou em pequenos grupos – na aventura de buscar a solução de um problema que os desafia é mais dinâmica e motivadora do que a que segue o clássico esquema de explicar e repetir. (DANTE, 2007 p.13-14).

 

            Se a dificuldade da maioria dos alunos são as operações matemáticas, como ficaria a compreensão da linguagem matemática. Uma aula dinâmica pode fazer com que o aluno desinteressado passe a estudar as operações e os desafios serão descobertos quando utilizar a linguagem matemática na resolução de qualquer tipo de problema. Quando o aluno tratar que a expressão “um número qualquer” é o , e que o “dobro da metade deste número” é  estará iniciando uma conversa na linguagem matemática. Uma aula interessante é capaz de consagrar indivíduos ao porte de desafiador.

 

A abordagem investigativa deve promover o protagonismo dos estudantes na aprendizagem e na aplicação de processos, práticas e procedimentos, a partir dos quais o conhecimento científico e tecnológico é produzido. Nessa etapa da escolarização, ela deve ser desencadeada a partir de desafios e problemas abertos e contextualizados, para estimular a curiosidade e a criatividade na elaboração de procedimentos e na busca de soluções de natureza teórica e/ou experimental. Dessa maneira, intensificam-se o diálogo com o mundo real e as possibilidades de análises e de intervenções em contextos mais amplos e complexos, como no caso das matrizes energéticas e dos processos industriais, em que são indispensáveis os conhecimentos científicos, tais como os tipos e as transformações de energia, e as propriedades dos materiais. Vale a pena ressaltar que, mais importante do que adquirir as informações em si, é aprender como obtê-las, como produzi-las e como analisá-las criticamente. (BNCC, 2017 p. 551).

 

            Podemos concluir essa afirmação sobre uma aula interessante, apresentando o exemplo de situação problema como a mencionada no capítulo  desse texto, o problema de Nicolau. Nicolau gastou tudo o que tinha no bolso em cinco lojas. Em cada loja gastou R$ 1,00 a mais do que a metade do que tinha ao entrar. Quanto tinha Nicolau no bolso antes das compras?

            Como tarefa desafiadora proposta na aula, “será prazeroso estudar matemática, quando a satisfação está no aluno que, por si só, resolve um problema” (DANTE 2007). Os problemas podem desenvolver no estudante o interesse em resolver mais problemas, o quanto seja difícil, melhor será o desafio.

 

3.6 Equipar o aluno com estratégias para resolver problemas

           

            O ambiente da sala de aula é acolhedor, nele não falta respeito e seriedade. Infelizmente, encontramos na atualidade muita animosidade, os alunos não aproveitam o tempo escolar para realmente aprender, mas as frequências nas aulas de Matemática são notórias, fato do incentivo do Governo através das bolsas[12] para as famílias, condicionada pelas presenças dos filhos na Escola.

Sobretudo, propicia um futuro provedor da formação matemática de cada estudante. O professor, como dissemos anteriormente, é mediador entre o conhecimento e o aluno, assim possibilita melhor formação acadêmica e oportunidades para os estudantes. A linguagem matemática está ligada às demais linguagens, sejam elas normais, pictóricas, corporais, elas vão estar em acordo, porque funcionam na comunicação.

 

Da mesma forma que na fase anterior, a aprendizagem em Matemática no Ensino Fundamental – Anos Finais também está intrinsecamente relacionada à apreensão de significados dos objetos matemáticos. Esses significados resultam das conexões que os alunos estabelecem entre os objetos e seu cotidiano, entre eles e os diferentes temas matemáticos e, por fim, entre eles e os demais componentes curriculares. Nessa fase, precisa ser destacada a importância da comunicação em linguagem matemática com o uso da linguagem simbólica, da representação e da argumentação. (BNCC, 2017 p.298).

 

A atividade que pensamos nesse trabalho é a realização de resoluções de problemas, os objetivos da resolução de problema, no âmbito da ideia pedagógica é a aprendizagem, conquanto eles desempenham um papel importante na formação intelectual na área dos estudos matemáticos. As estratégias advindas desse proceder envolvem o aluno e o capacita a resolver problemas.

Um problema escolhido tem estratégia que equipa o aluno, e dessa maneira intermediado pelo professor, conseguirá a partir da leitura do texto do seu problema, fazer a tradução necessária, e utilizar o método que lhe for mais conveniente, no entanto, que o aluno opte pelo método heurístico de Polya ou, simplesmente, método de Polya. Por ele, os passos a serem seguidos estão descritos, e todo planejamento a ser passado para o papel está identificado passo a passo.

Nessa perspectiva, é sempre interessante que o professor de Matemática equipe os seus alunos com estratégias para resolver problemas, porque as estratégias estão ligadas a missão, objetivo e ferramentas úteis no ato da resolução de uma situação. “Para resolver problemas, precisamos desenvolver determinadas estratégias que, em geral, se aplicam a um grande número de situações. Esse mecanismo auxilia a análise e a solução de situações onde um ou mais elementos desconhecidos são procurados”. (DANTE, 2007, p.14).

É importante planejar antes de iniciar a resolução do problema, por exemplo, um alpinista antes de escalar uma montanha, há de perguntar, “qual é o plano para escalarmos esta montanha”. O alpinista encontrará estratégias, apoiadas por suas ferramentas até chegar ao topo. Assim sendo, um método matemático para resolução de problemas, lista também quais procedimentos o estudante deve tomar para encontrar a solução da situação problema.  Nesse tipo de problemas, encontramos nos livros didáticos do Ensino Fundamental o seguinte problema: Represente algebricamente esta situação: “Pensei em um número. Adicionei  unidades, multipliquei por , multipliquei o resultado obtido pelo número inicial e subtraí  unidades”. (SAMPAIO, 2012 p.84).

 

Independentemente do método que o aluno dispõe para resolver um problema, é importante que ele seja confiante e exerça o passo a passo até encontrar a solução, de outra maneira, se pular as etapas, seu trabalho ficará difícil de terminar.

 

3.7 Dar uma boa base matemática às pessoas

 

Quando abrimos um livro de problemas matemáticos, temos uma reação ao ler o primeiro problema. A linguagem matemática que deparamos no texto da situação comove o leitor, ora aproximando com interesse à leitura, ora afastando-o. O estudante que conhece a linguagem ali presente, não apartará desse livro até que resolva alguns deles, mas aquele que não conseguem traduzir os enunciados deixará de ler imediatamente.

Nesse contexto da linguagem matemática presente nas situações problemas, o aluno com boa base matemática, terá maior interesse e facilidade para interpretar qualquer enunciado. Ainda, se o estudante recebeu de seu professor melhores instruções quanto a resolução de problemas, seguirá algum método para encontrar as respostas. Saber utilizar o método de resolução de problemas, como foi falado anteriormente, mostra que o aluno adquiriu boa base matemática ao longo dos dias de estudo.

Uma base matemática é obtida com esforço e confiança, dentro de um ambiente educacional pautado com responsabilidade e compromisso com os conteúdos estudados. A aprendizagem se dá pelo bom ensino do professor, mas a base matemática pelo estudo orientado que podes receber em seus dias de aulas. A tabuada é aprendida por aqueles que estudaram e consideraram que saber operar era uma tarefa desafiadora.

 

O conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas responsabilidades sociais. O desenvolvimento dessas habilidades está intrinsecamente relacionado a algumas formas de organização da aprendizagem matemática, com base na análise de situações da vida cotidiana, de outras áreas do conhecimento e da própria Matemática. Os processos matemáticos de resolução de problemas, de investigação, de desenvolvimento de projetos e da modelagem podem ser citados como formas privilegiadas da atividade matemática, motivo pelo qual são, ao mesmo tempo, objeto e estratégia para a aprendizagem ao longo de todo o Ensino Fundamental. Esses processos de aprendizagem são potencialmente ricos para o desenvolvimento de competências fundamentais para o letramento matemático (raciocínio, representação, comunicação e argumentação) e para o desenvolvimento do pensamento computacional. (BNCC, 2017 p.265).

 

Os efeitos da resolução de problemas não podem ser tidos como passa tempos curiosos que as pessoas usam para distraírem-se. Os objetivos da resolução de problemas é a formação e letramento matemático[13] (raciocínio, representação, comunicação e argumentação).

 

É necessário formar cidadãos matematicamente alfabetizados, que saibam como resolver, de modo inteligente, seus problemas de comércio, economia, administração, engenharia, medicina, previsão do tempo e outros da vida diária. ... é preciso que a criança tenha, em seu currículo de Matemática elementar, a resolução de problemas como parte substancial, para que desenvolva desde cedo sua capacidade de enfrentar situações problema. (DANTE, 2007 p.15)

 

Nossos avós, praticamente não tiveram uma escola em suas vidas, estudavam por conta própria até aprender aritmética, cálculos e geometria. Fazendo contas do comércio dos animais da fazenda, estimando quantidades de cereais a serem colhidos na roça e medindo terrenos, cujas, áreas eram dadas a grosso modo por medidas manuais. A base matemática na vida intelectual de uma pessoa a torna capaz de enfrentar e solucionar um problema.

As habilidades surgem também em outras áreas das Ciências Naturais. Uma boa base matemática vem da resolução de problemas, sem dúvida. No livro didático do 8º ano do Ensino Fundamental encontramos um problema que serve para base desse objetivo. Lúcio quer montar uma pequena escada com  degraus feitos de caibros, cuja vista frontal corresponde a um trapézio. Ele quer que a medida do maior degrau seja igual a , e a do menor, . Quantos metros de caibro de madeira ele usará para fazer os  degraus de sua escada? (SAMPAIO, 2012 p.193).

Estudar Matemática conhecendo as aplicações dos conteúdos na vida diária das pessoas torna o estudo mais prazeroso e acima de tudo proveitoso. Cada atividade realizada seja na escola ou fora dela, contem saberes matemáticos que validam a exatidão de sua composição. Uma atividade, em que a Matemática não está inserida em seu conteúdo, aperfeiçoa a criatividade do estudante, mas não estimula a resolver uma situação de conflito. O texto, cuja linguagem é normal, ensina coisas da vida através da poesia e da filosofia, mas o conteúdo saturado da linguagem matemática faz ser notório entre as demais pessoas. Assim, estudar Matemática, não facilita apenas resolver problemas, mas capacita interpretar e mostrar a solução dos problemas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

           

Ao planejar a construção desse trabalho, primeiramente foi pensada a importância da resolução de problemas no dia a dia das pessoas. A escola como local do ensino aprendizagem reflete os resultados de aprendizagem dos alunos ao concluírem seus anos escolares. No entanto, ainda que isso esteja presente nas mentes das pessoas da sociedade, a aprendizagem vai além do ambiente escolar.

O conhecimento adquirido em sala de aula é aprimorado através de estudos e pesquisas extra sala. Assim, para o estudante de Matemática, conhecer temas dessa área é resultado da pesquisa, principalmente, dos estudantes do ensino superior. A resolução de problemas que é o nosso foco, foi mostrada a sua importância, sua estrutura e sua contribuição. Não podemos falar de resolução de problemas sem antes nos lembrar da linguagem matemática como código pertencente ao conteúdo das situações problema. A linguagem matemática é a força que torna o texto da linguagem normal num “problema”. Compreender um problema é igualmente conhecer a linguagem matemática impressa no texto.

O aluno que estuda matemática, além de seus esforços, poderá ter mais facilidade diante de situações que envolvem cálculos e raciocínio lógico, do que outros que pertencem às outras áreas de ensino. Não queremos identificar apenas alunos de matemática como hábeis ou solícitos na resolução de problemas, mas discutir em grupo de professores sobre a possibilidade de melhorar as aulas de matemática localizando as dificuldades e os pontos positivos que encaminharão para a conclusão das atividades que envolvem conteúdos matemáticos e de pesquisas.

A linguagem matemática na resolução de problemas é, na verdade, o “problema do texto matemático”. Os métodos de resolução de problemas fazem parte das ferramentas disponíveis para execução desse trabalho. É conveniente saber a linguagem matemática para poder planejar os passos que se darão à resolução. O método de Polya, mostrado com objetividade nesse texto, é eficaz, pois mostra organicidade, confiança, objetivo específico, estratégia, missão e avaliação. Através do método, é possível compreender a linguagem ali contida. A dificuldade que um estudante enfrenta, é quando não consegue descobrir a linguagem matemática no texto, pressupõe que o texto está confuso, mas sua clareza está em descobrir os códigos de informações que estão contidos ali.

A composição de uma situação envolve fatos comuns da sociedade, casos que são perceptíveis por cada pessoa, mas o saber matemático é primoroso, porque não se sabe um conteúdo sem antes possuir habilidades específicas. A álgebra possui elementos estruturais em seus conteúdos, que são reconhecidos pelos estudantes através da relação professor/pesquisa, isto é, o aluno aprende com o professor e sai a campo, executando uma tarefa primorosa.

Os elementos ocultos, como incógnitas, variáveis, termos algébricos, grupos, possuem linguagens específicas, as letras como símbolos enlouquecem os calouros, produzindo uma situação impossível de ser executada. Dessa maneira, a demora em achar a solução de um problema é o desconhecimento das linguagens do texto. Assim, conhecer e ter habilidade são essenciais para o trabalho do cotidiano nos negócios das pessoas.

Os diversos tipos de problemas presentes na vida das pessoas podem ser identificados de acordo com as circunstâncias vividas por elas. A composição desses problemas apresenta o modo em que cada indivíduo se comporta na sociedade. A matematização dessas situações, dependendo da natureza do objeto, pode ser difícil ou fácil. Os tipos de problemas que existem, são considerados pelas pessoas como algo interessante, mas ao mesmo tempo dificultoso. Na engenharia, medicina, comércio, indústria, fazenda, ruas, lojas e shoppings, estão presentes fatos, cuja problematização, somente através da habilidade para encontrar a solução que seja esperada.

Em todos os lugares encontraremos matemática, até mesmo nos locais mais distantes da presença humana, ali estarão situações em que a lógica, a estimativa e a suposição encontram constante atuações. Os problemas ensinados na escola para alunos de matemática das séries iniciais têm objetivos para fazer raciocinar. Encontramos também, nos anos finais Ensino Fundamental, problemas cujos níveis vão além do raciocínio, são tipos de problemas que envolvem situações reais do dia a dia do homem, assim, exigem maior organicidade para resolve lo.

O universo dos números é sem dúvida, alicerce do mundo. Sem a presença deles seria impossível construir e planejar algo, seja no social, econômico, cultural, escultural, e até mesmo religioso. Vimos que nesse conjunto mundial, a organização de seus objetos depende dos números e de sua aplicação. Daí, encontramos diversos tipos de problemas, cuja linguagem é a mesma, a linguagem matemática.

O objetivo da resolução de um problema é promover aprendizado e formação contínua na vida do estudante ou de qualquer outra pessoa. Suas contribuições partem das salas de aulas de matemática dos anos iniciais, em que a criança descobre um mundo, cuja contagem, identificação, estimativa e cálculos são próprios da matemática e está presente na vida de todos. O ato de resolver uma situação problema é formar intelectualmente um ser habilidoso e encontrar as soluções com retrospecto do que realizou é receber recompensa durável na formação do aluno.

A formação do aluno quanto aos conceitos matemáticos, se desenvolvem com a pesquisa. As atividades que ele realiza em sala de aula prepara seu trabalho que será realizado em casa. A pesquisa levará o aluno obter melhor aprendizado, pois as contribuições daquilo que fez e estava certo, estimula cumprir qualquer tarefa.

Portanto, descobriremos através de nossos próprios esforços, que a Matemática nos ensina resolver nós mesmos, nossos conflitos e desarranjos, assim descoberto, será possível encontrar também as soluções de qualquer tipo de problema, cuja linguagem, esteja clara, oculta ou indeterminada, a organização metódica nesse trabalho valerá a pena. A linguagem matemática na resolução de problemas está presente em diferentes contextos do cotidiano das pessoas. Assim, encontrar uma situação problema nesse universo científico é de extrema facilidade, conquanto é importante o conhecimento matemático, e a aprendizagem se dará através de si mesmo e do mestre que media esse conhecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

APRENDER +. Caderno do Estudante. Volume 2, 2018.                      

BAGNO, Marcos. Língua materna: letramento, variação e ensino/Marcos Bagno, Gilles Gagné, Michael Stubbs. 1ed. São Paulo: Parábola, 2002.

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC 2017. A área de Matemática.

BERLINGHOFF e GOUVÊA, William P. e Fernando Q. A Matemática através  dos tempos – Um guia  fácil e prático para professores entusiastas. 2ed. São Paulo. Blucher, 2010.

BIANCONI, Ricardo. A Linguagem Matemática. 1/2002. Disponível em: <https://www.ime.usp.br/~bianconi/recursos/lo.pdf>. Acessado em: 23/04/2019.

CASTRO, Fábio de. Inscrições feitas na Babilônia há 3,7 mil anos mudam história da matemática.  08/2017. Disponível em: <https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,inscricoes-feitas-na-babilonia-ha-3-7-mil-anos-mudam-historia-da-matematica,70001949533>. Acessado em: 14/04/2019.

DANTE, Roberto Luiz. Didática da Resolução de Problemas de Matemática: 1ª a 5ª séries – Para estudantes do curso de Magistério e professores do 1º grau. 12ed. São Paulo: Ática, 2007. (Série Educação).

ENTRE JOVENS. 1ª série do Ensino Médio. Guia do aluno matemática vol. II. São paulo: Instituto Unibanco/CAED, 2013.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

POLYA, George. A Arte de Resolver Problemas. Um novo aspecto do método matemático. 2ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

SAMPAIO, Fausto Arnaud. Jornadas.mat – Matemática 8º ano. 1ed. São Paulo. São Paulo. Saraiva, 2012.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Construção do Pensamento e da Linguagem. Tradução Paulo Bezerra. 1ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.



[1]                      Marcos Bagno nascido em Cataguases Minas Gerais em 21/08/1961. Professor, escritor, filologista e linguista. Autor dos trabalhos literários: Gramática de bolso do português brasileiro; Preconceito linguístico: o que é, como se faz.

 

[2]                      Luiz Roberto Dante nasceu em 05 de outubro de 1943, em São Pedro – SP, Licenciado em Matemática pela FFCL – Rio Claro SP; Mestre em Matemática Pura pela USP; Doutor em Psicologia da Educação: Ensino de Matemática – PUC SP.

[3]                      George Polya, nasceu em 13 de dezembro de 1887 em Budapeste, Hungria. Foi professor de Matemática de 1914 a 1940 no ETH Zürich na Suíça e de 1940 a 1953 na Stanford University, onde permaneceu como professor emérito até o fim de sua carreira. Morreu em 07.09.1985, Palo Alto, Califórnia, EUA.

[4]                      Lev Semenovich Vygotsky (1896 – 1934). Lev Vygotsky foi um psicólogo bielo-russo que realizou diversas pesquisas na área do desenvolvimento da aprendizagem e do papel preponderante das relações sociais nesse processo, o que originou uma corrente de pensamento denominada Sócio Construtivismo. Lev Vygotsky faleceu em Moscou, Rússia, no dia 11 de junho de 1934. (Fonte: eBiografia).

[5]                      Ricardo Bianconi possui graduação em Engenharia Eletrônica pela Universidade de São Paulo (1982), mestrado em Matemática pela Universidade de São Paulo (1986) e doutorado em Matemática pela University of Oxford, Inglaterra, (1990). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Lógica Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria de modelos, com ênfase em o-minimalidade, geometria e funções analíticas reais. Coordenou o mestrado profissional em ensino da matemática do IME-USP de 2012 a 2016.

[6]                      É professor visitante de matemática no Colby College, em Waterville, Maine. Estudou no Holy Cross, no Boston College e na Wesleyan University, onde obteve doutorado em Matemática. Foi também um sênior writer (um autor principal para o MATH Connections, um currículo central padrão para o ensino médio.

[7]                      Nasceu no Brasil e estudou na Universidade de São Paulo e na Harvard University, onde obteve seu doutorado em Matemática. É professor de matemática no Colby College, onde leciona, entre outras coisas, uma disciplina sobre a história da matemática.

[8]                      Fausto Arnaud Sampaio. Licenciado em Matemática pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – SP). Especialista em Educação Matemática pela Universidade estadual de Campinas (Unicamp – SP) e professor da rede pública de ensino.

[9]                      Jornalista desde 1994, trabalho desde 2003 na cobertura de ciência, meio ambiente e saúde. Trabalhou por 3 anos como repórter de ciência no portal da USP, por 6 anos como editor da Agência FAPESP e por 4 anos como repórter de ciência do jornal O Estado de S. Paulo.

[10]                    Thomas Carlyle. (04/12/1795 – 05/02/1881). Foi um escritor, historiador, comentarista social e ensaísta e professor escocês.

[11]                    Material realizado pelo Instituto Unibanco no ano de 2013, para as séries de Matemática do Ensino Médio.

[12]                        Bolsa Família: Condicionalidades  Ao ingressar no programa, os usuários devem estar atentos às chamadas condicionalidades do Bolsa Família, que são compromissos assumidos pelos beneficiários e pelo poder público para a superação da pobreza. Na área da educação, crianças e adolescentes com idades entre 6 e 15 anos devem ter, no mínimo, 85% de presença nas aulas. Para jovens de 16 a 17 anos, a frequência mínima exigida é de 75%.

[13]                      Segundo a Matriz do Pisa 2012, o “letramento matemático é a capacidade individual de formular, empregar e interpretar a matemática em uma variedade de contextos. Isso inclui raciocinar matematicamente e utilizar conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas para descrever, explicar e predizer fenômenos. Isso auxilia os indivíduos a reconhecer o papel que a matemática exerce no mundo e para que cidadãos construtivos, engajados e reflexivos possam fazer julgamentos bem fundamentados e tomar as decisões necessárias.”. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/marcos_referenciais/2013/matriz_avaliacao_matematica.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2019.

Nenhum comentário:

Postar um comentário